Mais de 80% dos terremotos de grande intensidade, como o que originou o tsunami que atingiu o Japão este ano, acontecem ao longo das zonas de subdução, regiões onde uma placa tectônica desliza para baixo de outra. Para entender esse processo, uma equipe internacional – chefiada pela italiana Paola Vannucchi, da Universidade de Florença, e pelo japonês Kohtaro Ujiie, da Universidade de Tsukuba – vem recolhendo amostras rochosas do fundo do oceano Pacífico nas zonas onde acontecem esses encontros de placas, como o litoral da Costa Rica. A expedição já encontrou indícios de afundamento no assoalho do oceano ali, em combinação com o acúmulo de uma grande quantidade de sedimento que se desprendeu do continente nos últimos 2 milhões de anos. “Agora sabemos que fluidos de partes mais profundas do sistema das zonas de subdução subiram através das camadas do sedimento”, disse Paola à assessoria de imprensa da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, que financia o projeto. O movimento, o volume e a composição desses fluidos são elementos importantes para entender as relações entre a atividade química, térmica e de transferência de massa no fundo do oceano e na região formadora de terremotos na fronteira entre as placas.
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