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GEOLOGIA

Portal para o submundo, cada vez mais aberto

Pavel Pavlenko / Google EarthAs bordas da cratera Batagaika desmoronam e liberam entre 4 mil e 5 mil toneladas de carbono por anoPavel Pavlenko / Google Earth

A cratera Batagaika, no nordeste da Sibéria, na Rússia, ganhou o apelido de “portal para o submundo” por sua imensidão, que se aprofunda à medida que o gelo derrete. A região é coberta pelo chamado permafrost, definido como uma camada do solo que permanece congelada por dois anos ou mais. Nesse caso, o que está derretendo agora pode ter permanecido congelado por até 650 mil anos. A extensão com quase 1 quilômetro quadrado e 85 metros de profundidade – classificada como a maior cratera do mundo –, perde cerca de 1 milhão de metros cúbicos de gelo ao ano por derretimento, de acordo com pesquisadores da Universidade Estadual Lomonosov, de Moscou. Isso significa entre 4 mil e 5 mil toneladas de carbono liberadas anualmente. É uma situação bastante alarmante, já que o permafrost abrange uma área de cerca de 15 milhões de quilômetros quadrados (algo como toda a América do Sul, excluída a Argentina) e calcula-se que o carbono retido em toda a região chegue ao triplo de toda a matéria vegetal viva no planeta. Seu derretimento, que já começa a revelar outras crateras, pode ter sérias consequências para o clima global (Live Science, 6 de maio; Geomorphology, 15 de junho).

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