Um dos gases que poluem o ar das cidades, o dióxido de enxofre, altera a cor dos objetos feitos com prata, o chamado azinhavre. Verificando que o mal se encontrava a um passo do bem, a pesquisadora Magali Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), elaborou um método para medir a poluição atmosférica que parte justamente desse efeito do gás, produzido pela queima, sobretudo, de óleo diesel de automóveis e indústrias. Magali colocou pequenas placas de prata em três locais de Porto Alegre, nos quais a poluição é acompanhada pelo método tradicional, com a aspiração do gás, e nas proximidades de uma indústria na região metropolitana.
Durante seis meses, acompanhou as placas, decompondo o azinhavre, o sulfeto que se forma pela ação do enxofre sobre a prata, por meio de corrente elétrica. No final, com resultados equivalentes ao método tradicional, verificou que a concentração média de poluentes em um dos pontos analisados, a Rodoviária, com intenso tráfego de ônibus movidos a diesel, é dez vezes maior que em outro ponto, a Avenida Borges de Medeiros, com maior circulação de automóveis. A pesquisa pretende ainda relacionar a concentração de dióxido de enxofre com outras variáveis, como o regime dos ventos e a umidade do ar.
Republicar