Um novo vídeo produzido pela equipe da revista Pesquisa FAPESP mostra como o trabalho de pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, que conta com a participação do brasileiro Gustavo Wiederhecker, pode ser usado como base de uma nova tecnologia portátil de marcação de tempo de alta precisão, necessária para que computadores, celulares e sistemas de navegação funcionem corretamente.
O estudo parte de um experimento realizado há quase 350 anos pelo holandês Christiaan Huygens. O cientista observou que os pêndulos de relógios inicialmente balançando fora de sincronia tendiam rapidamente a tiquetaquear em uníssono quando os aparelhos eram colocados sobre uma mesma prancha de madeira, um ao lado do outro.
A experiência foi refeita pelos pesquisadores em escala microscópica, usando-se, no lugar dos pêndulos, dois osciladores esculpidos em um microchip de silício. Cada oscilador tem 40 milésimos de milímetro de diâmetro ou 40 mil nanômetros. São tão pequenos e flexíveis que vibram balançados pela tênue força da luz de um feixe laser com uma potência mil vezes menor que a de um ponteiro de laser comum. Mais espantoso ainda, a própria luz trocada entre os osciladores faz o papel da prancha de madeira, sincronizando suas vibrações.
Wiederhecker, que é professor do Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), faz parte da equipe liderada pela física norte-americana Michal Lipson. Mais informações sobre o tema podem ser obtidas em Em sintonia com a luz, reportagem publicada em fevereiro deste ano na edição 204 da revista Pesquisa FAPESP.
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