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Prêmio

Prêmio para ciência e cultura

FCW distribui o maior valor em dinheiro já conferido por uma instituição brasileira

Escultura do artista Vlavianos entregue aos seis ganhadores dos Prêmios FCW, além dos 100 mil

MIGUEL BOYAYANEscultura do artista Vlavianos entregue aos seis ganhadores dos Prêmios FCW, além dos 100 milMIGUEL BOYAYAN

O Prêmio FCW, lançado oficialmente em 2002, tem como objetivo incentivar a arte, a ciência e a cultura. Na sua primeira edição, os prêmios na área de Ciências foram distribuídos por meio de concurso nas escolas da rede pública, no âmbito de uma parceria firmada com a Secretaria Estadual da Educação. A FCW distribuiu 18 computadores e R$ 150 mil entre as escolas, professores e alunos premiados.

Na área de Literatura, a FCW premiou três autores inéditos, selecionados por críticos literários entre 94 concorrentes: Noêmia Sartori Ponzeto, com o romance Sonhos de galinheiro; Maria Filomena Bouissou Lepecki, com Cunhataí – Um romance da guerra do Paraguai; e Santiago Nazarian, com Olívio. O prêmio foi a edição da obra, com tiragem de 2 mil exemplares, com direito a noite de autógrafo no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo.

Na segunda edição, em 2003, a premiação adquiriu novo formato para destacar o trabalho de pesquisadores e profissionais vinculados a universidades e institutos de pesquisa. O prêmio foi dividido em seis categorias: Ciência Geral, Ciência Aplicada ao Meio Ambiente, ao Campo, ao Mar, Medicina e Literatura. Para ampliar a participação dos cientistas, a FCW firmou acordo com entidades de fomento à ciência e tecnologia, entre elas a FAPESP, que passou a integrar a comissão de organização e avaliação das candidaturas.

Os 118 candidatos que disputaram o Prêmio FCW em 2003 foram indicados por 32 universidades e centros de pesquisa brasileiros. A lista com o nome dos indicados foi submetida à avaliação de um júri formado por representantes da FAPESP, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Brasileira de Letras (ABL), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do ministério de cada uma das áreas envolvidas – Cultura, Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, Marinha e Pesca – e um representante da FCW.

Os vencedores de cada categoria receberam um prêmio no valor de R$ 100 mil – o maior já conferido por uma instituição brasileira – e uma escultura assinada por Vlavianos. O Prêmio FCW na categoria Ciência Geral foi conferido ao reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carlos Henrique de Brito Cruz. Engenheiro eletrônico e físico, Brito foi premiado por sua pesquisa na área de física experimental, sobre fenômenos ultra-rápidos, que ocorrem em menos de 1 picossegundo (intervalo de tempo de 1 trilionésimo de segundo), além de lasers e semicondutores. (Veja reportagens com os seis vencedores a partir da página 12).

Dieter Carl Ernst Heino Muehe, professor do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos pioneiros na pesquisa sobre a costa brasileira, ganhou o prêmio Ciência Aplicada ao Mar. O agrônomo Jairo Vidal Vieira, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), recebeu o prêmio Ciência Aplicada ao Campo por seu trabalho no melhoramento genético de hortaliças.

O prêmio Ciência Aplicada ao Meio Ambiente foi conferido ao biólogo Philip Martin Fearnside, professor norte-americano do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e especialista na análise de impactos da agricultura, pecuária, silvicultura e manejo florestal na região. A descoberta de que a inflamação crônica tem papel relevante no aparecimento do diabetes tipo 2 rendeu à endocrinologista Maria Inês Schmidt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o prêmio na área de Medicina.

A escritora Lya Luft, autora de Perdas e ganhos e Pensar é transgredir, entre outros títulos, ganhou o prêmio de Literatura. Formada em pedagogia e letras anglo-germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Lya é mestra em literatura brasileira e portuguesa pela UFRGS.

A cerimônia de entrega do Prêmio FCW 2003 foi realizada no dia 7 de junho de 2004 na Sala São Paulo, na capital paulista. Participaram do evento o ministro da Cultura, Gilberto Gil, e a secretária estadual da Cultura, Cláudia Costin, e o vice-almirante Marcelio Carmo de Castro Pereira, representando a Marinha, entre outras personalidades. Na edição 2004, a premiação vai manter o mesmo formato da anterior, identificando os pesquisadores que mais se destacarem nas seis categorias avaliadas. O nome do Prêmio Ciência Aplicada ao Mar será substituído por Ciência Aplicada à Água para ampliar a escopo do prêmio e permitir a candidatura de especialistas em estudos sobre recursos hídricos.

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