O Prêmio FCW, lançado oficialmente em 2002, tem como objetivo incentivar a arte, a ciência e a cultura. Na sua primeira edição, os prêmios na área de Ciências foram distribuídos por meio de concurso nas escolas da rede pública, no âmbito de uma parceria firmada com a Secretaria Estadual da Educação. A FCW distribuiu 18 computadores e R$ 150 mil entre as escolas, professores e alunos premiados.
Na área de Literatura, a FCW premiou três autores inéditos, selecionados por críticos literários entre 94 concorrentes: Noêmia Sartori Ponzeto, com o romance Sonhos de galinheiro; Maria Filomena Bouissou Lepecki, com Cunhataí – Um romance da guerra do Paraguai; e Santiago Nazarian, com Olívio. O prêmio foi a edição da obra, com tiragem de 2 mil exemplares, com direito a noite de autógrafo no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo.
Na segunda edição, em 2003, a premiação adquiriu novo formato para destacar o trabalho de pesquisadores e profissionais vinculados a universidades e institutos de pesquisa. O prêmio foi dividido em seis categorias: Ciência Geral, Ciência Aplicada ao Meio Ambiente, ao Campo, ao Mar, Medicina e Literatura. Para ampliar a participação dos cientistas, a FCW firmou acordo com entidades de fomento à ciência e tecnologia, entre elas a FAPESP, que passou a integrar a comissão de organização e avaliação das candidaturas.
Os 118 candidatos que disputaram o Prêmio FCW em 2003 foram indicados por 32 universidades e centros de pesquisa brasileiros. A lista com o nome dos indicados foi submetida à avaliação de um júri formado por representantes da FAPESP, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Brasileira de Letras (ABL), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do ministério de cada uma das áreas envolvidas – Cultura, Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, Marinha e Pesca – e um representante da FCW.
Os vencedores de cada categoria receberam um prêmio no valor de R$ 100 mil – o maior já conferido por uma instituição brasileira – e uma escultura assinada por Vlavianos. O Prêmio FCW na categoria Ciência Geral foi conferido ao reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carlos Henrique de Brito Cruz. Engenheiro eletrônico e físico, Brito foi premiado por sua pesquisa na área de física experimental, sobre fenômenos ultra-rápidos, que ocorrem em menos de 1 picossegundo (intervalo de tempo de 1 trilionésimo de segundo), além de lasers e semicondutores. (Veja reportagens com os seis vencedores a partir da página 12).
Dieter Carl Ernst Heino Muehe, professor do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos pioneiros na pesquisa sobre a costa brasileira, ganhou o prêmio Ciência Aplicada ao Mar. O agrônomo Jairo Vidal Vieira, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), recebeu o prêmio Ciência Aplicada ao Campo por seu trabalho no melhoramento genético de hortaliças.
O prêmio Ciência Aplicada ao Meio Ambiente foi conferido ao biólogo Philip Martin Fearnside, professor norte-americano do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e especialista na análise de impactos da agricultura, pecuária, silvicultura e manejo florestal na região. A descoberta de que a inflamação crônica tem papel relevante no aparecimento do diabetes tipo 2 rendeu à endocrinologista Maria Inês Schmidt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o prêmio na área de Medicina.
A escritora Lya Luft, autora de Perdas e ganhos e Pensar é transgredir, entre outros títulos, ganhou o prêmio de Literatura. Formada em pedagogia e letras anglo-germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Lya é mestra em literatura brasileira e portuguesa pela UFRGS.
A cerimônia de entrega do Prêmio FCW 2003 foi realizada no dia 7 de junho de 2004 na Sala São Paulo, na capital paulista. Participaram do evento o ministro da Cultura, Gilberto Gil, e a secretária estadual da Cultura, Cláudia Costin, e o vice-almirante Marcelio Carmo de Castro Pereira, representando a Marinha, entre outras personalidades. Na edição 2004, a premiação vai manter o mesmo formato da anterior, identificando os pesquisadores que mais se destacarem nas seis categorias avaliadas. O nome do Prêmio Ciência Aplicada ao Mar será substituído por Ciência Aplicada à Água para ampliar a escopo do prêmio e permitir a candidatura de especialistas em estudos sobre recursos hídricos.
Republicar