O comitê executivo do Projeto do Cérebro Humano (HBP, na sigla em inglês), esforço de € 1 bilhão lançado em 2013 pela Comissão Europeia para impulsionar a pesquisa em neurociência e computação, foi dissolvido em meio a uma crise que deve provocar mais mudanças na iniciativa. O problema eclodiu no ano passado, quando um grupo de 100 neurocientistas acusou os dirigentes do programa de má gestão e ameaçou boicotá-lo. Um comitê de avaliação foi convocado para examinar as queixas e concluiu que muitas delas são procedentes. Uma das críticas está relacionada à decisão da administração do programa de restringir a participação de pesquisadores do campo da neurociência cognitiva, que estuda a base biológica de processos mentais, como memória e aprendizagem. A ausência de cientistas dessa área nas próximas etapas do projeto, diz o relatório, “subverte as ambições de integrar e validar abordagens múltiplas para simular o funcionamento do cérebro”. O documento também pede que sejam incluídos experimentos com primatas, que não estavam previstos originalmente. O documento lança críticas ao líder do projeto, Henry Markram, pesquisador do Swiss Federal Institute of Technology, da Suíça. “Ele não é apenas membro de todos os órgãos de tomada de decisão, execução e gestão do HBP, mas também ocupa a presidência e supervisão dos processos administrativos. Além disso, nomeia membros da equipe de gestão”, diz o relatório. O HBP reúne 130 instituições de pesquisa de 26 países.
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