Zansky
Quando os eventos são anunciados, a editora convida pesquisadores da área para submeter trabalhos ou fazer palestras. Mas se eles aceitam e enviam seus manuscritos, são surpreendidos com a publicação instantânea em revistas de anais de conferências, sem que se faça uma revisão por pares autêntica. A conta, sobre a qual ninguém havia falado, finalmente aparece: os autores são cobrados a pagar taxas que alcançam milhares de dólares. E não adianta reclamar do valor e pedir a retirada dos artigos. Os pedidos são ignorados e as cobranças reiteradas. Segundo a FTC, a Omics tem o costume de listar nomes de editores que não têm nenhum vínculo com suas revistas nem sabem que estão sendo mencionados.
A editora foi criada em 2007 e publica mais de 700 periódicos de acesso aberto. Quem comemorou a condenação foi o bibliotecário Jeffrey Beall, conhecido por criar uma lista na internet com periódicos predatórios, revistas de baixa importância e reputação que publicam artigos sem qualidade em troca de dinheiro – a chamada “Lista de Beall” acabou sendo removida pelo autor para evitar ações judiciais. “Existem centenas de editores predatórios, mas a Omics é o império do mal”, disse o bibliotecário ao jornal The New York Times. O advogado da editora, Kishore Vattikoti, anunciou que vai recorrer da condenação e solicitar que o caso seja avaliado por um júri. Ele argumenta que o juiz de Nevada não poderia ter tomado a decisão sozinho. O desafio para a FTC agora é identificar bens e contas bancárias que a empresa tenha nos Estados Unidos para receber os US$ 50 milhões. Caso a Omics insista em políticas predatórias, a comissão vai pedir que suas revistas sejam removidas da internet e promete contatar hotéis e centros de convenção onde a empresa faz suas conferências para alertar sobre suas práticas.
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