As placas tectônicas – grandes blocos rochosos da superfície da Terra, responsáveis pelos terremotos e pela formação de cordilheiras – devem ter se formado há 3,2 bilhões de anos. Embora não se saiba exatamente quando a Terra deixou de ser uma bolha de rocha quente e assumiu o aspecto atual, a superfície começou a trincar cerca de 1,3 bilhão de anos após a formação do planeta, em resposta, provavelmente, ao resfriamento de um oceano de magma, a camada pastosa abaixo da mais externa e sólida. Uma equipe da Universidade Curtin, na Austrália, chegou a essa conclusão examinando a composição isotópica de urânio, tório e chumbo de antigos depósitos daquele país. As proporções entre elas foram usadas como um relógio para identificar quando as camadas da Terra começaram nessa época a se misturar, indicando a formação das placas. Por volta de 3,2 bilhões de anos, a Terra teria se diferenciado e assumido a atual forma de bolo em camadas, com núcleo, manto e crosta. Sob a ação da gravidade, os elementos químicos mais pesados teriam afundado e os mais leves subido para a superfície. Assim, rochas da crosta migraram para o manto e as do manto subiram, caracterizando a composição atual das placas tectônicas (Live Science, 26 de julho, Earth-Science Reviews, agosto).
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Quando a Terra começou a trincar
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Representação das placas tectônicas com as rachaduras por onde emerge o magma (em vermelho)
Visdia / Getty Images