Ataques e ameaças a laboratórios na Bélgica, na Espanha e na Holanda sugerem que os extremistas britânicos de defesa dos direitos dos animais estão descentralizando suas ações para fugir da pressão policial no Reino Unido. A favor dessa hipótese há duas evidências, segundo uma reportagem da revista Nature. De um lado, é fato que o cerco aos ativistas na Grã-Bretanha cresceu nos últimos anos, a ponto de uma grande operação ter levado 16 deles à prisão em maio de 2007. O grupo deve ser levado a julgamento neste ano. De outro, despontaram ameaças a pesquisadores e a empresas farmacêuticas em países europeus que nunca haviam enfrentado esse tipo de problema. Em janeiro, um laboratório holandês desistiu de investir € 60 milhões num novo centro de pesquisa biomédica na cidade de Venray, depois de receber centenas de ameaças de antivivisseccionistas. Um mês depois, o Instituto de Pesquisa Biomédica em Diepenbeek, na Bélgica, foi alvo de um incêndio criminoso. Também em fevereiro extremistas atacaram o escritório em Barcelona da farmacêutica Novartis. “A vida dos ativistas ficou complicada na Inglaterra, então eles resolveram atacar outros países da Europa”, acredita Simon Festing, diretor da Sociedade de Defesa da Pesquisa, grupo londrino que reúne pesquisadores da área médica.
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