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Brasil

Rascunhos nervosos e traços delicados

Quarenta e nove aquarelas da ilustradora botânica Margaret Mee (1909-1988) estão expostas na mostra Do esboço à natureza, aberta até 27 de fevereiro no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Nascida na Inglaterra, Margaret Mee veio para o Brasil em 1952 trabalhar como professora de arte. Começou a pintar plantas e flores da Mata Atlântica, nos arrabaldes paulistanos, e logo se interessou pela Amazônia.

Entre 1956 e 1988 fez 15 expedições à região, nas quais colecionou espécies e registrou imagens de bromélias, orquídeas e helicônias, algumas delas desconhecidas. As obras em exposição, que pertencem ao acervo do Bradesco, são apresentadas em uma ordem que aproxima esboços com traços nervosos e trabalhos acabados que apresentam a delicadeza da natureza. Em 1988 ela fez sua última viagem à Amazônia, planejada especialmente para registrar uma espécie, a flor-da-lua (Selenicereuswittii), cuja flor desabrocha num único dia do ano.

E viajou à Inglaterra e aos Estados Unidos para chamar a atenção sobre a devastação das florestas tropicais. A ilustradora, que passou seus últimos anos no Rio de Janeiro, morreu em novembro de 1988 num acidente de carro em Leicester, Inglaterra, logo depois de fundar o Margaret Mee Amazon Trust com o objetivo de preservar suas pinturas e oferecer bolsas de estudos para cientistas brasileiros. Em 1989 foi criada no Rio de Janeiro a Fundação Botânica Margaret Mee, também voltada para a concessão de bolsas, inclusive para ilustradores botânicos.

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