O engenheiro eletrônico Toshiaki Miyazaki renunciou ao cargo de reitor da Universidade de Aizu, no Japão, no dia 31 de julho, depois de um comitê de investigação concluir que ele cometeu autoplágio em quatro artigos científicos de sua autoria e, em outras quatro ocasiões, submeteu papers com conteúdo praticamente idêntico a dois periódicos. O comitê revisou 54 artigos do pesquisador sobre tópicos como redes de sensores e desenvolvimento de sistemas. Segundo o relatório do comitê, reproduzido pelo site Retraction Watch, Miyazaki argumentou que não considerava autoplágio reproduzir sem citar a origem frases e figuras usadas em seus trabalhos publicados anteriormente, a fim de explicar conceitos comuns. Os artigos classificados como duplamente submetidos eram, de acordo com o comitê, versões reduzidas ou mescladas de papers de Miyazaki já publicados. Continham trechos idênticos aos de trabalhos anteriores e não apresentavam contribuições novas ou originais.
A investigação também se debruçou sobre outras práticas questionáveis na produção de Miyazaki, como utilizar dados e resultados de pesquisa de alunos como se pertencessem a ele, deixar de creditar um estudante como autor de um artigo porque teve dificuldade em contatá-lo e atropelar trâmites oficiais da universidade ao pedir financiamento público para um projeto de pesquisa.
O comitê concluiu que as falhas não configuravam violações do dever profissional passíveis de demissão, mas considerou que elas não tinham justificativa e não poderiam ser perdoadas. Por isso, recomendou que Miyazaki renunciasse voluntariamente aos postos executivos que ocupava – além de reitor, ele presidia o conselho executivo da instituição. A Universidade de Aizu foi criada em 1993 na cidade de Aizuwakamatsu e é dedicada exclusivamente à ciência e engenharia da computação.
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