Grafismos rupestres existem em vários estados no Brasil, mas em São Paulo esses registros eram pouco conhecidos. Pesquisas recentes registraram que indígenas que ocupavam a região antes da colonização pintaram e gravaram imagens de aves, répteis, crustáceos e mamíferos em ao menos nove locais atualmente classificados como sítios arqueológicos no estado. Os pesquisadores identificaram um total de 58 sítios, classificaram os grafismos, fotografaram em alta resolução esses vestígios e processaram imagens criando modelos tridimensionais com o objetivo de preservar, de forma digital, esse patrimônio para as gerações futuras. Os animais pintados foram feitos com tinta vermelha, preta ou branca, em posições variadas: os cervídeos são representados em projeção lateral, as aves em visão frontal ou lateral e os répteis e crustáceos somente de forma frontal. “Com as análises, é possível observar similaridades entre registros rupestres de várias regiões de São Paulo e levantar hipóteses acerca da circulação de ideias e de pessoas em um território”, aponta a arqueóloga Marília Perazzo, pesquisadora em estágio de pós-doutorado no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). O maior problema enfrentado nos sítios é a degradação provocada por pessoas, como a pichação e queimadas, ou por fenômenos naturais como o desgaste das rochas (Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, 4 de novembro).
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