Células-tronco extraídas da medula óssea ajudaram a restaurar o funcionamento dos rins de ratos com um problema semelhante à insuficiência renal crônica humana, a perda progressiva da capacidade dos rins de filtrar o sangue, que atinge cerca de 70 mil pessoas no Brasil. No experimento coordenado pela nefrologista Lúcia Andrade, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o grupo aplicou duas estratégias de tratamento aos roedores que mantinham 20% da função renal – um rim inteiro e dois terços do outro haviam sido extraídos por meio de cirurgia para simular o problema. Duas semanas depois da cirurgia um grupo de ratos recebeu a injeção de 2 milhões de células-tronco no sangue. No outro grupo foram feitas três aplicações. No quarto mês após o início do experimento o primeiro e o segundo grupos tinham recuperado 50% da capacidade de filtração, segundo artigo publicado on-line em dezembro na Stem Cells, com pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo. “Em humanos, 20% da capacidade renal corresponde à necessidade de diálise”, explica Lúcia. Já com metade da função renal é possível levar uma vida normal, desde que haja acompanhamento médico.
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