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Tecnociência

Rios e lagoas contaminados

Os rios que abastecem as principais cidades do estado do Rio de Janeiro podem conter hor­mônios sexuais naturais ou sintéticos em níveis superiores aos considerados seguros. Uma equipe do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em conjunto com pesquisadores do Instituto de Diagnóstico Ambiental e Estudos de Água e da Universidade de Girona, ambos da Espanha, detectou até 7 nanogramas por litro (ng/L) de compostos estrogênicos e hormônios se­xuais femininos, como o estriol, e 47 ng/L de progesterona, outro hormônio feminino. Essas concentrações foram medidas em 20 amostras de água colhidas dos rios Paraíba do Sul, Guandu e Macaé nos municípios de Resende, Volta Redonda, Barra Mansa, Seropé­dica, Campos de Goytacazes, Duque de Caxias, Rio de Ja­nei­ro e Lumiar, assim como nas lagoas Rodrigo de Freitas e de Jacarepaguá, na capital fluminense. Um nanograma de compostos estrogênicos ou de progesterona em cada litro de água já pode causar efeitos indesejados, alterando o crescimento e o equilíbrio hormonal de peixes e de se­res humanos, segundo esse levantamento publicado em junho na Environment International. Os níveis de três fitoestrógenos, compostos naturais que mimetizam os hormônios sexuais femininos, chegaram a 366 ng/L, valores jamais vistos na literatura científica, provavelmente em função do uso desses compostos em fitoterápicos e da falta de tratamento de água e esgoto.

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