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ecologia

Secas intensas, o maior inimigo dos anfíbios

Haddadus binotatus, até agora sem sinais de infecção pelo fungo mortalCélio F. B. Haddad / Unesp

Uma doença causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), a quitridiomicose, tem sido apontada como responsável pela redução populacional ou extinção de sapos, rãs e pererecas em quase todo o mundo. No Brasil, essa perda está ligada principalmente às mudanças climáticas, agravadas pelo desmatamento e pela fragmentação florestal. Biólogos de São Paulo, da Bahia e do Amazonas analisaram 90 espécies brasileiras de anfíbios de 1900 a 2014 e verificaram que o declínio populacional foi causado principalmente pelas mudanças climáticas graduais ou extremas, especialmente as associadas ao fenômeno El Niño. Em 2014, uma seca severa no sul de Minas Gerais resultou em uma redução acentuada das populações de 26 espécies de sapos. Os picos de quitridiomicose geralmente ocorrem anos após os episódios de declínio populacional, sugerindo que o Bd atua como um patógeno oportunista e não como a causa primária das perdas. Das espécies de sapo avaliadas, oito são consideradas possivelmente extintas; outras duas, Hylodes mertensi e Hylodes sazimai, são consideradas criticamente ameaçada e ameaçada, respectivamente, todas afetadas principalmente por oscilações do clima (Conservation Biology, 9 abril).

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