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Brasil

Sobrevida dobra em hospital em Recife

O Instituto Materno-Infantil de Pernambuco, em Recife, conseguiu aumentar o índice de sobrevida de crianças com leucemia linfóide aguda (LLA), o câncer mais comum entre a população infantil, de 32% para 63%.

O resultado impressiona não só porque praticamente dobrou a taxa de crianças que sobrevivem por cinco anos além do tratamento, mas também pelo fato de o índice de cura desse tipo de câncer não ultrapassar os 35% em regiões com poucos recursos, contra 80% em áreas desenvolvidas.

O avanço resultou da criação, em 1994, de uma unidade especializada em oncologia pediátrica, aliada ao treinamento dos médicos e dos enfermeiros com base em planos de tratamento do Hospital de Pesquisa Infantil de St. Jude, de Memphis, Estados Unidos.

Raul Ribeiro, um dos autores do estudo e diretor do programa do St. Jude, conta que a cooperação com o hospital de Recife vai além da mera cessão de planos de tratamento: “O St. Jude suplementa o salário de vários profissionais que são considerados essenciais para a operação, e a grande maioria deles se dedica exclusivamente ao programa”.

As conclusões, publicadas em maio no Journal of the American Medical Association, se apóiam nos registros médicos de 375 crianças diagnosticadas com LLA entre 1980 e 2002, mas os ganhos parecem prosseguir. “Já existem evidências de que a sobrevida nos últimos dois anos se aproxima dos 70%, mas precisamos acompanhar os pacientes por mais tempo”, diz Ribeiro, médico brasileiro que se fixou em Memphis há 15 anos.

Em paralelo, o Núcleo de Apoio à Criança com Câncer fez o índice de abandono do tratamento cair de 16% para 0,5% ao criar um espaço para as famílias permanecerem mais tempo com as crianças internadas.

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