Uma discussão acerca dos processos de subjetivação em trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Essa é a proposta do artigo “Subjetividade em movimento: o MST no Rio Grande do Norte”, de Jáder Ferreira Leite e Magda Dimenstein, ambos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os autores elegeram como dispositivos de subjetivação a vivência cotidiana do acampamento e o discurso político do MST, com o qual os trabalhadores acampados passam a ter contato através das ações dos militantes e coordenadores do movimento. Foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com 16 trabalhadores e observações das práticas cotidianas do grupo. “O MST está sendo entendido enquanto um movimento social que, ao defender um modelo de organização coletiva da sociedade e das subjetividades, coloca-se como um agente de subjetivação, com o qual os trabalhadores acampados passam a ser afetados por meio de falas, rituais, programações e mobilizações no cotidiano do acampamento”, diz o estudo. Os resultados evidenciam a emergência de produções subjetivas articuladas ao projeto coletivista político-ideológico do MST, bem como modos singulares de subjetivação que implicam a criação de espaços de ruptura que se chocam com a perspectiva macropolítica desse movimento social.
Psicologia &Sociedade – vol. 18 – nº 1 – Porto Alegre – jan./abr. 2006
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