Os icebergs da Antártida fertilizam o mar. Eles promovem o crescimento de algas que absorvem o dióxido de carbono da atmosfera e, por meio das cadeias alimentares dos seres marinhos, transferem o CO2 para o fundo do oceano Austral. A quantidade de carbono que chega ao fundo do mar numa região de 30 quilômetros de diâmetro ao redor de um bloco de gelo pode ser duas vezes maior do que a depositada em uma área de mar aberto, de acordo com um amplo estudo de biólogos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Argentina. “O papel dos icebergs em remover carbono da atmosfera deve ter implicações para os modelos de previsão de mudanças climáticas que precisam ser mais bem estudadas”, comentou o líder da equipe, Ken Smith, do Instituto de Pesquisas Aquário da Baía de Monterey, Estados Unidos. Em cruzeiros de três meses realizados em 2005, 2008 e 2009, os pesquisadores coletaram amostras de gelo flutuante e instalaram robôs submarinos que documentaram esse processo de conversão de energia, já previsto, mas nunca antes demonstrado em detalhes. Os biólogos tratam desse e de outros fenômenos, como os micróbios, as algas e as aves que vivem ao redor dos icebergs, em 19 artigos publicados na edição de junho da revista científica Deep Sea Research Part II: Topical Studies in Oceanography.
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