Imprimir PDF Republicar

Dados

Tendências recentes na formação em engenharia

Ingressos, matrículas e conclusões: após crescimento, números diminuem

  • Em 2014, ingressaram nos cursos de engenharia1 do país 378 mil novos estudantes, o maior valor anual já registrado. Nos anos subsequentes, esse número recuou continuamente, até chegar ao nível de 250 mil ingressos em 2019, que se mantém até agora
  • A queda entre 2014 e 2019 se deu integralmente no setor privado (passou de 305 mil para 173 mil ingressos). No setor público2 ocorreu pequeno aumento (de 73 mil para 76 mil)
  • Nas instituições privadas3, a queda foi arrefecida pelo maior ingresso em cursos a distância. Nelas, a participação da modalidade Educação a Distância (EaD) aumentou continuamente e atingiu seu máximo em 2021, quando 108 mil dos 249 mil ingressantes (44%) optaram por essa modalidade
  • As matrículas seguem o mesmo padrão, com alguma defasagem, pois agregam vários anos de ingressantes. A migração para EaD no setor privado também é evidente: as matrículas em programas presenciais diminuíram de 724 mil para 317 mil (-56%), entre 2015 e 2021, enquanto em EaD se elevaram de 25 mil para 146 mil
  • A trajetória das conclusões apresenta uma defasagem esperada de cinco/seis anos sobre os ingressos, como se observa nos gráficos. Em 2021, houve 105 mil concluintes, 18% abaixo do máximo de 129 mil, registrado em 2018. Essa retração foi semelhante nos segmentos público e privado (-20% e -18%, respectivamente), no mesmo período

Evasão: 39% dos estudantes concluem o curso

  • Uma estimativa do índice de conclusão é a razão entre o número de conclusões de um certo ano e o número de ingressos seis anos antes4. Seu complementar corresponde ao índice de evasão
  • Relacionando os números acumulados de ingressos, entre 2010 e 2014 (1,42 milhão), com o de conclusões, entre 2015 e 20194 (552 mil), obtém-se um índice de conclusão de 39%, ou evasão estimada de 61% dos ingressantes no período
  • Separando os setores público e privado, os respectivos índices de evasão seriam de 52% e 64%, no mesmo período
  • Uma primeira aproximação dos impactos da pandemia nesses índices pode ser obtida ao se considerarem as conclusões em 2020-2021 e os ingressos em 2015-2016: nesse corte, os índices de evasão se elevariam em relação ao anterior: 66% para o total, 62% para o setor público e 67% para o setor privado
  • Ainda é cedo para avaliar os efeitos de médio prazo da pandemia sobre esses números e os índices de conclusão e evasão do sistema

Notas (1) Foram considerados todos os cursos classificados como de engenharia plena, que incluem os das áreas de engenharia, produção e construção, de computação e afins e de agricultura e afins. (2) Incluem instituições federais, estaduais e municipais. (3) Incluem instituições privadas com ou sem fins lucrativos. (4) A defasagem entre ingressos no ano N e conclusões no ano N+5 indicariam que o ingressante no ano N teria se formado, em média, ao longo do sexto ano após o ingresso. Fonte Microdados atualizados – Cursos, Censo da Educação Superior, baixados em janeiro/2023. Elaboração FAPESP, DPCTA/Gerência de Estudos e Indicadores

Republicar