O laptop popular, de US$ 100, que seria capaz de revolucionar o ensino público em países pobres, ainda não existe. Mas o idealizador da versão supereconômica de um PC portátil, Nicholas Negroponte, fundador e coordenador do Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), não se cansa de procurar parceiros de peso dispostos a abraçar a idéia. Sobretudo os governos de países em desenvolvimento, como a China e a Índia, que, em tese, poderiam comprar milhões de máquinas para seus alunos e, assim, dar economia de escala ao projeto. No final de junho, Negroponte esteve no Brasil, onde foi recebido pelo presidente Lula. O professor norte-americano, que lançou o projeto do laptop popular em janeiro passado, durante o Fórum Mundial Econômico na cidade suíça de Davos, explicou como seria o microportátil e propôs ao governo brasileiro a aquisição de 1 milhão de unidades da engenhoca para uma experiência piloto.
Enquanto o Brasil e outros gigantes subdesenvolvidos não respondem se aderem ou não à iniciativa, os pesquisadores do MIT garantem que a tecnologia para construir o PC de US$ 100 já está disponível. Sem fios e com conexão para celulares, o laptop popular, segundo Negroponte, não teria “gorduras”, mas faria quase tudo o que um laptop bem mais caro faz. Somente sua capacidade de armazenar dados seria bem menor do que a dos micros atuais. Seu disco rígido teria cerca de 1 gigabyte, pouco mais do que o conteúdo de um CD-ROM. Essa característica, no entanto, não afetaria o desempenho da máquina, que viria equipada com um microprocessador de 500 megahertz (MHz). Sua tela de 12 polegadas custaria no máximo US$ 25 e usaria uma forma alternativa – e barata – de projetar imagens. Apenas programas de uso livre e gratuito seriam usados no laptop.
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