Usando uma técnica que eles próprios desenvolveram, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram centenas de novas proteínas do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, que podem ser reconhecidas pelo sistema de defesa dos organismos infectados pelo parasita. Essas proteínas funcionam como antígenos, moléculas que despertam a produção de anticorpos contra elas.
Chamada de plataforma gPhage, a técnica consiste na fragmentação do genoma (conjunto de genes) do parasita e na elaboração de uma biblioteca de proteínas (proteoma). Com essa abordagem, “mesmo genes desconhecidos, ainda não mapeados no DNA do parasita, podem ser identificados”, diz o bioquímico Ricardo Giordano, do Instituto de Química da USP, coordenador do trabalho (iScience, junho). “Isso é um diferencial do gPhage com relação a outras tecnologias. Muitos desses antígenos não tinham sido descritos antes”, afirma.
A nova técnica deve permitir criar um mapa abrangente da resposta do sistema imune ao longo da infecção e aumentar o número de alvos para o desenvolvimento de medicamentos, métodos diagnósticos e vacinas contra a doença, e possivelmente outros patógenos.
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