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OCEANOGRAFIA

Um novo tipo de ambiente marinho

As colinas coralinas do monte Davis, da cadeia Vitória-Trindade, com alta diversidade de peixes

Luiz A. Rocha

No meio da cadeia montanhosa Vitória-Trindade, que se estende perpendicularmente à costa por mil quilômetros (km) no litoral capixaba, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) encontraram um novo tipo de recife. Chamado de colinas coralinas, forma serras de até 50 metros (m) crescendo a partir da base, salpicadas de vermelho, laranja e amarelo a perder de vista. Ao redor dos morros havia uma grande diversidade de peixes. Os tubarões-lixa (Ginglymostoma cirratum), uma espécie ameaçada no país, eram 14 vezes mais numerosos nas colinas coralinas do que na ilha de Trindade, no final da cadeia, um dos poucos lugares da costa brasileira em que vivem em abundância. “Além do isolamento geográfico, que favorece a formação de novas espécies, a riqueza biológica desses corais resulta da abundância de nutrientes trazidos pelas correntes marinhas profundas, que sobem quando encontram a base das montanhas, nas profundezas, a quase 4 mil metros de profundidade”, diz o biólogo Hudson Tercio Pinheiro, do Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da USP. Para ele e outros pesquisadores, a correnteza, ao bater nos recifes, forma redemoinhos que aprisionam o plâncton, organismos microscópicos suspensos na água que servem de alimento para pequenos peixes, dos quais os maiores se alimentam.

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