Há de tudo um tanto em São Paulo. Pessoas apressadas, trânsito parado e comidas variadas. Ar poluído, gente de visual ousado e muito concreto armado. E também cabriúvas encorpadas, ipês floridos e diademas delicados. Jerivás, bromélias, lírios e muitas outras espécies de plantas que quase passam despercebidas por quem vive na maior metrópole brasileira.
A bióloga e jornalista Maria Guimarães, editora da Pesquisa FAPESP on-line, e o fotógrafo Juan Esteves convidam todos a fugir da paisagem inóspita da cidade e a mergulhar no estonteante mundo de formas, cores e aromas variados do Jardim Botânico de São Paulo, no livro de mesmo nome lançado em fevereiro.
Guardado por um discreto portão próximo ao Zoológico, o Jardim Botânico paulista é o segundo mais antigo do país. Foi criado em 1928 pelo orquidófilo Frederico Carlos Hoehne com o apoio de Fernando Costa, à época secretário estadual de Agricultura. Ali vivem 20 mil espécies de plantas, nativas e exóticas, em uma área de 360 mil metros quadrados que integra o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.
Ao lado de imagens históricas e aquarelas de plantas, o texto de Maria Guimarães e as fotos de Juan Esteves guiam o leitor por um delicioso passeio pelo Jardim Botânico. Logo além do portão uma fileira de solenes jerivás acolhe quem vem da metrópole e o conduz ao museu João Barbosa Rodrigues, onde estão expostas sementes e folhas de plantas, além de ilustrações e documentos que contam a história do Jardim Botânico paulista. Mais adiante chega-se à joia da casa: as estufas inglesas de ferro e vidros curvos, onde se podem ver samambaias e orquídeas. Dali se alcança o Jardim de Lineu, o Bosque do Pau-brasil e o Lago das Ninfeias, que abre caminho para um trecho remanescente de mata atlântica pelo qual se pode caminhar. Tudo isso a 12 quilômetros do centro de São Paulo. Como escreve Maria, “basta passar pelo portão para chegar, como por um passe de mágica, a um novo mundo”.
Republicar