A Região Metropolitana de São Paulo, assim como provavelmente boa parte do estado, já foi coberta por uma vasta floresta de araucária entre 180 mil e 135 mil anos atrás. A conclusão é resultado da análise de polens e esporos encontrados em sedimentos extraídos da cratera de Colônia, uma cavidade de 3,6 quilômetros de diâmetro que se formou entre 30 milhões e 5 milhões de anos atrás onde hoje é o distrito de Parelheiros, na zona sul da cidade de São Paulo. No doutorado realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a geóloga venezuelana Adriana Camejo Aviles analisou o material achado a 14 metros de profundidade na cratera. No trabalho, coordenado pela geóloga Fresia Ricardi-Branco, da Unicamp, e pela paleoecóloga Marie Pierre Ledru, do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), da França, foram identificados polens e esporos de 115 espécies de plantas: 1 de alga, 10 de samambaias, 45 de plantas com flores e 2 de pinheiros (Grana, 6 de janeiro). O material indica que, entre 180 mil e 135 mil anos atrás, durante a penúltima glaciação do planeta, a região onde fica a cratera e o munícipio de São Paulo – e possivelmente boa parte do estado – foi coberta por uma mata fechada de araucárias e um outro tipo de conífera, o podorcarpo.
O site da revista Pesquisa FAPESP traz uma versão ampliada desta reportagem.
Republicar