Entre o final de outubro e o início de novembro de 2023, três pesquisadores se embrenharam na floresta do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), no Amapá. O objetivo: averiguar a viabilidade de um projeto de longo prazo que permita investigar o que leva as árvores da região a serem maiores do que no resto da Amazônia.
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Pode parecer que não é novidade nessa floresta normalmente reconhecida por sua grandeza, mas as árvores com o porte de um prédio de quase 30 andares têm ali o dobro da estatura de suas semelhantes na região de Manaus. O ecólogo Paulo Bittencourt, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, quer entender como isso é possível do ponto de vista ecológico e fisiológico e liderou a expedição que também incluiu Danielle Ramos, da mesma universidade, e Rafael Oliveira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A logística necessária para trabalhar nessa área mais perto da Guiana Francesa do que de qualquer cidade brasileira de médio porte é complexa – não há eletricidade nem sinal de telecomunicações no local. Mais marcante ainda é o encantamento de entrar no ritmo do rio, sem as facilidades nem as agruras da vida urbana, sentir-se do tamanho de uma formiga e aprender com os cientistas e os habitantes da região. Pesquisa FAPESP participou da expedição e apresenta agora uma amostra do trabalho fotográfico de Léo Ramos Chaves ao longo de seis dias de viagem.