Imprimir PDF Republicar

COVID-19

Variações preocupantes de um vírus

Rua deserta em Araraquara, interior de São Paulo, durante lockdown decretado em fevereiro após detecção de variante de Manaus

Denny Cesare / Código 19 /Folhapress

O novo coronavírus não para de surpreender e assustar. Nos primeiros meses de 2021, surgiram informações sobre o espalhamento rápido de novas variantes do Sars-CoV-2. À medida que se multiplica, o vírus pode acumular erros (mutações) em seu material genético. Uma variante é um grupo de vírus que compartilha mutações em comum e difere do vírus originalmente descrito. Hoje, três variantes preocupam as autoridades de saúde: a 501Y.V1, a 501Y.V2 e a 501Y.V3. Elas aparentemente se espalham mais rápido do que a versão do vírus identificada pela primeira vez em Wuhan, na China, em 2019. Também há sinais de que as duas últimas possam escapar à ação de anticorpos produzidos a partir do uso de algumas vacinas. A primeira identificada – a 501Y.V1, também conhecida como 20I/501Y.V1 e 202012/01 – surgiu em setembro de 2020 no Reino Unido e cinco meses depois já era transmitida localmente em mais de 80 países. A 501Y.V1 acumula 17 mutações em relação à de Wuhan e compartilha com as outras duas variantes uma alteração importante: a N501Y, que altera a proteína da espícula do vírus e facilita sua adesão às células humanas. A 501Y.V2 foi detectada em outubro na África do Sul e já tem transmissão local na América do Norte e Europa. Entre suas mutações, uma parece ser importante por poder atrapalhar a ação dos anticorpos: a E484K, na espícula. Essa mesma mutação é apresentada pela variante 501Y.V3, original do Amazonas e que atualmente se dissemina pelo Brasil. Ela já foi detectada em viajantes no Japão, nos Estados Unidos e na Europa.

Republicar