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Medicina

Venda de sementes de Cannabis com fim medicinal na Argentina

Canabidiol, usado principalmente contra epilepsia resistente

Léo Ramos Chaves / Revista Pesquisa FAPESP

Em maio, o Instituto Nacional de Sementes (Inase) da Argentina aceitou o registro de seis variedades de sementes de Cannabis para serem utilizadas com fins medicinais. Foram desenvolvidas com apoio do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) e duas delas – Pachamama, rica em canabidiol (CBD), e Malvina, com alto teor de tetrahidrocanabinol (THC) – foram licenciadas para serem vendidas pela empresa Puerto Madryn Whale Leaf Farm sob o compromisso de poderem ser rastreadas. As duas variedades foram selecionadas para garantir a quantidade padronizada de CBD e THC, já que se trata de uma planta sexuada e os níveis desses compostos são mais elevados nas femininas. Em 2022, o Congresso argentino havia aprovado uma lei que promove a pesquisa sobre a planta e seus derivados, complementando a norma anterior que autorizava o uso terapêutico. O óleo de Cannabis tem sido usado principalmente para tratar epilepsia refratária, não controlada por ao menos dois medicamentos de primeira linha. A neurologista Silva Kochen, do Hospital El Cruce, acompanhou por seis meses 44 pessoas com epilepsia refratária, das quais 87% apresentaram uma redução de ao menos 50% no número de crises com o uso do óleo (Conicet, 19 de maio; SciDev.Net, 5 de junho; Epilepsy & Behavior, julho).

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