Um pequeno aparelho amarrado ao pé de um albatroz registrava o tempo que ele passava imerso na água. A ave era uma das cinco integrantes de um estudo que, em 1992, verificou que seu vôo seguia o padrão de Lévy com propriedades fractais e caracterizado por conjuntos de vários passos curtos unidos por raros longos. Um grupo de físicos, que inclui pesquisadores radicados no Paraná, Pernambuco e Alagoas, acaba de reavaliar esses dados e não está de acordo com as conclusões (Nature). Quando os pesquisadores levaram em conta o tempo que os albatrozes passam no ninho – não estavam no ar nem na água-, os dados deixaram de se encaixar no comportamento típico dos vôos de Lévy. O mesmo aconteceu com gamos e mamangavas: análises mais cuidadosas derrubaram o padrão de Lévy encontrado por outros pesquisadores e mostram que são necessários métodos mais precisos de avaliar o movimento dos animais, assim como análises estatísticas mais rigorosas. Talvez assim seja possível encontrar vôos de Lévy.
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