Moléculas de cristal líquido confinadas dentro de gotas nanométricas podem estimular um rearranjo da arquitetura interna e, assim, possibilitar a criação de materiais com novas propriedades (Nature, 3 de maio). A ideia é defendida por uma equipe internacional de pesquisadores coordenada por Juan de Pablo, da Universidade de Wisconsin-Madison, Estados Unidos, que simulou num modelo computacional a interação entre as moléculas de cristal líquido, material empregado atualmente em telas de computador e de TVs e em termômetros de alta precisão, e os chamados surfactantes, compostos que diminuem a tensão superficial de um líquido ou alteram as propriedades de sua superfície de contato. Os cientistas constatam que, ao resfriar o sistema, as gotas assumiam a forma de uma nanoestrutura ordenada. Quando a temperatura subia, o arranjo era desfeito. O efeito só se mostrava presente quando havia moléculas de cristal líquido interagindo com os surfactantes do sistema. Na ausência delas, o reordenamento não ocorria. “Esse comportamento não era conhecido”, diz De Pablo. Os pesquisadores acreditam que a abordagem pode ser usada para desenvolver dispositivos à base de cristal líquido capazes de detectar toxinas, moléculas biológicas ou vírus.
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