Daniel BuenoO chocolate disponível no mercado brasileiro contém pequenas quantidades dos metais cádmio e chumbo, que em altas concentrações podem causar efeitos danosos e de longo prazo no organismo. Um grupo de químicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) analisou 30 amostras de chocolate branco, ao leite e amargo comprados nessa cidade no início de 2014 e verificou que, embora detectáveis, os teores desses dois elementos estão dentro do limite recomendado pela legislação brasileira, assim como a da União Europeia e da Organização Mundial da Saúde (Journal of Agricultural and Food Chemistry, agosto). Duas amostras de marcas diferentes, porém, tinham mais chumbo do que o órgão regulador dos Estados Unidos permite. Quanto maior o teor de cacau, maior a contaminação, o que sugere que a fonte da contaminação parece ser o próprio fruto. Os valores parecem bastante seguros desde que o consumo não seja exagerado. No caso mais grave detectado, se uma criança de 15 quilogramas comer 10 gramas de chocolate com 75% de cacau por dia – mais ou menos um quadradinho –, já terá consumido 20% do cádmio tolerado pela União Europeia. Nem todo o metal ingerido é absorvido pelo organismo, mas, mesmo assim, parece prudente limitar a quantidade de chocolate amargo que as crianças pequenas consomem.
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