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Especial

500 anos de Ciência e Tecnologia no Brasil

Uma história emocionante que reúne sofrimento, sabedoria e orgulho por conquistas que muitos achavam ser meros sonhos

Parece fora de dúvida que vale a pena falar de quinhentos anos de ciência e tecnologia no Brasil, como se falou sobre tudo, a propósito dos nossos quinhentos anos. Mas há quem duvide do proveito em tocar nesse assunto. Quinhentos anos? Que ciência? E que tecnologia? Dizem essas pessoas que a pesquisa, seja científica, seja tecnológica, só se estabeleceu no solo brasileiro, com feições modernas, na segunda metade do século XIX, não existindo quase nada antes. Seriam quatrocentos anos de solidão, portanto.

Esta é uma tentativa de jogar luzes sobre esta questão. Ela diz respeito, ao mesmo tempo, a uma das dez maiores economias do mundo e a uma das dez piores distribuições de renda deste mesmo mundo. Fala dos conhecimentos indígenas, com suas insuperáveis canoas de madeira, e de nossos mestres na física e na construção de cidades lindas, como Ouro Preto e Rio de Janeiro, poderosas, como São Paulo, pobres e ricas, como todas as outras. De um mundo ao outro, da selva ao asfalto, somam-se cinco séculos de sabedoria e, também, de sofrimento e orgulho.

A sabedoria será mostrada nas próximas páginas. O sofrimento num país colossal e pobre nem precisa ser escrito, embora vá ser mencionado. O orgulho é o de lembrar que com verbas modestas, sem ajuda, sem nada a não ser a vontade e às vezes o lampejo de gênio, produziu-se aqui de tudo – de pontes e edifícios a pesquisas na área da física, de uma liderança no conhecimento agrícola a um saber universitário que engloba a sociologia, a política e a própria História que aqui vai ser contada de forma resumida.

A ciência e a tecnologia (que nas páginas seguintes serão nomeadas como CeT) não estão sozinhas no mundo. Elas fazem parte da vida. No caso da vida brasileira, são mostrados nossos pioneiros e nossos criadores – do padre Bartolomeu de Gusmão a Santos Dumont, que tentaram voar, com dois séculos de diferença. Nossos médicos, biólogos, engenheiros. E a inestimável contribuição estrangeira para o estudo da nossa fauna, flora e recursos minerais. Um desses visitantes de fora disse: “Este é o paraíso dos naturalistas”.

Os autores dos textos deste suplemento especial de Pesquisa FAPESP são pesquisadores – historiadores, biólogos, engenheiros, sociólogos e físicos – do Centro Interunidade de História da Ciência da USP, dirigido pelo historiador Shozo Motoyama. Capa e projeto gráfico de Hélio de Almeida e ilustração de Laurabeatriz.

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