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Método

Pesquisa em psicologia clínica

“A ciência é constituída por teorias que resumem e organizam, de forma racional e coerente, muitas relações colocadas em evidência de forma empírica”, diz Elizabeth Batista Pinto, pesquisadora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e autora do artigo “A pesquisa qualitativa em Psicologia Clínica”. “Assim, a ciência produz zonas de sentido da realidade do fenômeno estudado e se constitui a partir de paradigmas e modelos que fornecem problemas e soluções por um determinado período”, acrescenta. Com base nesses e outros conceitos, o artigo discute a metodologia qualitativa de pesquisa científica em psicologia clínica, considerando a ciência como uma construção da subjetividade humana e buscando compreender suas particularidades. “Tal metodologia implica em um processo dinâmico de investigação dentro de um determinado sistema teórico”, aponta. Segundo o estudo, a pesquisa qualitativa em psicologia clínica é sempre uma pesquisa-ação, pois conforme a ação vai sendo construída, ela é também investigada e interpretada, fazendo com que o próprio processo seja modificado. “A pesquisa científica busca descobrir regularidades que ampliem os conhecimentos no campo específico e possibilitem o progresso da ciência”, diz. O estudo mostra que diversas teorias psicológicas têm sido usadas como base na pesquisa qualitativa em psicologia clínica, sendo a psicanálise a mais tradicional dentre elas. No entanto, a psicanálise difere de outros modelos teóricos de investigação na área, pois também propõe um modelo específico de pesquisa. “Assim, a psicanálise é um método de pesquisa e um método de tratamento do qual deriva uma técnica de psicoterapia”, conclui.

Psicologia USP, VOL.15, Nº1-2 – São Paulo – JAN./JUN. 2004

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642004000100012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

 

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