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orçamentos

A arte de fazer orçamentos

NASA / Carla Thomas

Sofia: telescópio na porta aberta do BoeingNASA / Carla Thomas

Uma comissão das Academias Nacionais dos Estados Unidos propôs uma série de recomendações à Nasa, a agência espacial norte-americana, a fim de prevenir atrasos no lançamento de grandes missões causados por avaliações equivocadas de custos. O relatório chamou atenção por coincidir com o início de operação do Sofia (Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha, na sigla em inglês), programa em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão que deveria ter sido lançado há nove anos. Com 17 toneladas e 2,7 metros de diâmetro, o telescópio está instalado num Boeing 747 adaptado e irá observar o Universo enquanto navega pela estratosfera. O orçamento previa gastos de US$ 360 milhões, mas o Sofia já custou US$ 1 bilhão. E a cifra chegará a US$ 3,7 bilhões em 20 anos de operação, equiparando o projeto, em custo por hora de observação, ao do telescópio espacial Hubble. O relatório sugere que os orçamentos tentem contemplar toda a vida útil dos empreendimentos, apesar da imprevisibilidade das fases iniciais de desenvolvimento. Missões de mais de US$ 500 milhões devem ter atenção especial, diz o relatório, para evitar o colapso dos projetos – e da contabilidade da agência.

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