Um artigo publicado na revista Science contesta a idéia de que a criação de um parque ecológico é socialmente injusta com a população de sua região por restringir o acesso à área. George Wittemyer, pesquisador da Universidade da Califórnia em Berkeley, investigou a situação de 306 áreas protegidas na África e na América Latina e concluiu que a taxa de crescimento populacional nas bordas das reservas, num raio de até 10 quilômetros de seus limites, é duas vezes maior do que em outras áreas rurais das redondezas. “As pessoas se concentram perto dos parques porque vêem benefícios nisso. Se fossem prejudicadas, procurariam outro lugar”, disse Wittemyer. Há várias causas para o fenômeno. As pessoas são atraídas por oportunidades de emprego nas reservas, por ganhos de infra-estrutura, como a construção de estradas de acesso, e por vantagens geradas por investimentos na preservação da biodiversidade. O estudo alerta, contudo, que as reservas com grande concentração populacional em seus limites têm dificuldade maior de evitar invasões e de garantir a preservação da natureza.
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