Imprimir PDF Republicar

Estratégias

A defasagem entre a ciência e a tecnologia nacionais

Na edição passada do Notícias FAPESP, a de No 43, publicamos, na seção Opinião, artigo do professor Edgar Dutra Zanotto, do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, com o título A defasagem entre a ciência e a tecnologia nacionais. A Tabela II que acompanhava o artigo foi publicada com incorreção. Estamos republicando a tabela com o trecho do artigo que faz referência a ela:

“Impacto da Ciência Nacional – Os fatores de impacto (FI) apresentados na Tabela II foram obtidos do excelente trabalho de DeMeis e Leta (3). Dentre inúmeros levantamentos, DeMeis e Leta computaram, para várias áreas do conhecimento, o número de citações dos trabalhos científicos assinados por autores vinculados a instituições brasileiras, acumuladas entre 1981 e 1993 (13 anos), e o dividiram pelo número de publicações de autores brasileiros no período 1981-1990 (10 anos). Além disso, DeMeis e Leta contabilizaram o percentual dos artigos nacionais indexados nunca citados, nesses 13 anos (44% ), e demonstraram que esse percentual é similar ao dos artigos mundiais jamais citados (49% ). Tal coincidência de índices poderia levar à conclusão de que a qualidade média das publicações nacionais é semelhante à qualidade média dos trabalhos internacionais.

Evitando discorrer sobre a polêmica questão de saber se a qualidade de um determinado trabalho ou periódico científico pode realmente ser avaliado pelo número de citações ou fatores de impacto (acreditamos que estes sejam indicadores relativos aceitáveis, pelo menos para comparações no interior de uma mesma área do conhecimento), apresentaremos a seguir uma análise sobre o impacto da produção científica nacional, usando dados de DeMeis e Leta, além de evidências adicionais.

Significativo é o fato de que as publicações de autores radicados no Brasil em co-autoria com pesquisadores estrangeiros (geralmente de países desenvolvidos) têm aproximadamente o dobro do impacto dos artigos publicados somente pelos primeiros. Por exemplo, a Tabela II mostra que o fator de impacto médio (FI) das Engenharias nacionais salta de 3 para 7 e o de Física salta de 4 para 8, quando há participação de co-autores de instituições estrangeiras.”

Republicar