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Mundo

A fadiga está no cérebro

Não é mais necessário beber água antes e durante uma maratona – basta líquido apenas quando tiver realmente sede. E nada de soro após um esforço extenuante: coloque as pernas para cima, permitindo que o sangue volte para o coração. A anticartilha da fisiologia do exercício foi criada por Tim Noakes e seus colegas da Universidade da Cidade do Cabo, da África do Sul.

Os pesquisadores argumentam que o modelo de fadiga proposto em 1923 por Archibald Vivian Hill, ganhador do Nobel de Medicina em 1922, está totalmente equivocado. Algumas conclusões da equipe de Noakes: nem sempre o cansaço muscular está associado ao aumento do ácido lático; o corpo não usa todas as fibras musculares disponíveis durante exercício prolongado; e as reservas de glicogênio (carboidrato armazenado no fígado usado pelo organismo para obter energia imediata) e ATP (adenosina trifosfato, molécula que constitui a principal fonte de energia para as células) caem durante competições de resistência.

A principal conclusão da pesquisa: não são os músculos que estabelecem quando há fadiga, mas o sistema nervoso central, que por meio de “pistas fisiológicas, conscientes e subconscientes, leva os músculos a parar antes da exaustão”, de acordo com as explicações do próprio Noakes, Alan Clair Gibson e Vicki Lambert (New Scientist).

De acordo com o modelo elaborado, o cérebro, ao sentir que o atleta está passando do limite, provoca uma série de sensações que o corpo traduz como sintomas de fadiga. O cérebro age assim para proteger a si mesmo, assim como poupar o coração e o resto do corpo.

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