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Estratégias

A força da grana

Ganha cada vez mais adeptos o recurso de dar recompensas financeiras a pesquisadores que publicam artigos de impacto. O governo da Coréia do Sul acaba de instituir um prêmio de US$ 3 mil para quem emplacar um estudo em revistas de primeira grandeza. “O objetivo é  aumentar o moral dos nossos cientistas”, disse à revista Nature Young Nam Lim, do Ministério da Ciência e Tecnologia do país. Na China, o prêmio varia de acordo com a instituição. A Universidade Agrícola Chinesa, em Pequim, chega a pagar US$ 50 mil por artigo de prestígio. Um pesquisador do Paquistão pode receber um bônus anual de US$ 1 mil a US$ 20 mil, segundo uma equação que avalia a importância dos seus artigos publicados no ano anterior. Críticos desse expediente advertem que mais produção não significa melhor desempenho. “Tenta-se publicar a qualquer custo e o que se vê são artigos repetitivos e até mal embasados”, diz o físico paquistanês Pervez Hoodbhoy. Outros dizem que o dinheiro diminui os feitos científicos. “Bons artigos são produto de suor, alegrias e tristezas. Os bônus apequenam o esforço”, diz o biólogo sul-coreano Sunyoung Kim. Peter Cotgreave, diretor do grupo Campanha para as Ciências e Engenharias no Reino Unido, lembra que o crivo das publicações é rigoroso e não há risco de manipulação. “Só ganha bônus quem é bom o bastante para entrar numa Nature ou numa Science.”

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