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Tecnociência

A história afinada do pau-brasil

No ano passado, Yuri Tavares Rocha, pesquisador do Instituto de Botânica de São Paulo, passou dois meses em Portugal em busca de documentos e mapas sobre a exploração do pau-brasil (Caesalpinia echinata). Um de seus achados, anunciado no Simpósio Pau-brasil: Ciência e Arte, realizado de 12 a 14 de março na FAPESP, é um mapa encontrado no Museu Ultramarino de Lisboa.

Feito por Van Keulen em 1683, mostra o corte da árvore em toras que seriam empregadas na fabricação de tinturas. “Apesar do início do ciclo da cana-de-açúcar no final do século 16, Portugal não abandonou a extração do pau-brasil”, disse Rocha. No mesmo encontro, Paulo de Tarso Alvim, do Centro de Pesquisas do Cacau da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Cepec/Ceplac), da Bahia, contou da identificação de três tipos de folhagens diferentes de pau-brasil, predominando as menores, sobretudo no Espírito Santo.

Árvores com folhagens médias são encontradas no oeste da Bahia e espécies de folhagens grandes são consideradas raras. Falou-se também da madeira. “Não existe nenhuma madeira que seja tão boa quanto o pau-brasil na confecção de arcos de violino”, afirmou Kazuya Minato, do Centro de Agricultura da Universidade da Prefeitura de Kyoto. Os componentes químicos do pau-brasil acentuam as propriedades acústicas dos instrumentos musicais até mesmo quando transportados para outros tipos de madeira.

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