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40 anos de FAPESP

À maneira de um mosaico

A FAPESP completou 40 anos de funcionamento no dia 23 de maio. E não será necessário nos alongarmos sobre o sentido deste aniversário em números redondos, que têm sempre uma carga simbólica poderosa, nem sobre o significado ou a influência da própria Fundação na vida cultural, social e econômica do estado de São Paulo, e na evolução da pesquisa científica no Brasil. Isso é dispensável, quando toda esta edição de Pesquisa FAPESP dedica-se a apresentar, de diferentes modos, em diferentes tons, reflexões ou dados para a reflexão exatamente sobre esses significados, sentidos e influências. Da palavra do presidente da República, que esteve pessoalmente envolvido nas gestões para o nascimento da FAPESP, às múltiplas vozes de outros intelectuais e idealistas engajados no mesmo empreendimento que aqui se apresentam ou, pelo menos, ecoam, da palavra do governador do Estado aos depoimentos de pesquisadores paulistas que estiveram ou estão radicalmente comprometidos com a produção do conhecimento neste país, o que nestas mais de cem páginas se mostra é um tanto do que a FAPESP é, historicamente.

Vistas assim as coisas, nos cabe falar desta edição especial de Pesquisa FAPESP, uma revista que é fruto da visão aberta, arrojada, criadora de novas formas de apoio à pesquisa, que tem marcado os anos recentes da Fundação, numa rigorosa fidelidade, aliás, com as raízes da instituição. Uma revista que nos parece a cada mês refletir ou, ao menos, lançar alguma luz sobre o próprio espírito da Fundação, ao procurar reportar, com rigor jornalístico, os resultados da prática da pesquisa científica contemporânea, as políticas a ela aplicadas e dentro de um diálogo permanente com notícias que nos chegam de todo o mundo sobre avanços, dúvidas e indagações filosóficas que cercam a evolução do conhecimento científico.

Esta edição não dá conta da história de quatro décadas da FAPESP. E nem poderia. Em seu próprio modo de ser, à maneira de um mosaico, destaca alguns lances históricos, narra um punhado de marcantes projetos de pesquisa, certamente omite outros igualmente importantes, traz à cena destacados personagens que participaram em diferentes momentos da construção da instituição. Tudo com a esperança de que, dessa junção de peças, possa ao fim tremeluzir a alma, o espírito dessa obra de tantos, chamada FAPESP. Porque, de certa forma, é isso que pode dar coerência interna, alguma unidade a algo tão fragmentado como uma revista, com seu discurso jornalístico, tentando expor uma experiência histórica.

Esta edição tem as mesmas seções das edições regulares da revista: Política Científica e Tecnológica, Ciência, Tecnologia e Humanidades. Quando possível, organiza as reportagens por décadas, abrindo pela mais recente, dos anos de 1992 a 2002, indo em seguida à primeira década de vida da Fundação, para seguir depois pelos anos 70 e 80. Em Humanidades, tratamos de pesquisas que resultaram em produtos culturais concretos, como filmes, porque queríamos trazer à cena uma face pouco conhecida da FAPESP. Assim, projetos que produziram reflexões e achados nas Ciências Humanas e Sociais ficaram, infelizmente, na sombra. Finalmente, nos valemos de reproduções de obras de artistas plásticos paulistas, dos anos 60 até o presente, para abrir as seções e, em alguns casos, separar décadas, para oferecer uma amostra da atmosfera criativa paulista em que a FAPESP cresceu e amadureceu.

Os jornalistas responsáveis por esta edição agradecem a todos que tornaram possível esta revista, pelo entusiasmo com que acolheram os pedidos de entrevistas, depoimentos e artigos.

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