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Estratégias

A novela das células-tronco

Cientistas italianos tentaram em vão reverter na Justiça a decisão do governo de excluir estudos com células-tronco embrionárias de um edital que oferece — 3 milhões para a pesquisa. O advogado Vittorio Angiolini, especializado em bioética, apresentou seus argumentos a uma corte de Roma. Afirmava que a exclusão infringe a liberdade de pesquisa assegurada pela Constituição. A corte rejeitou o pedido, alegando que apenas institutos de pesquisa, não indivíduos, poderiam reclamar. O uso de linhagens de células-tronco embrionárias em pesquisas é legalizado na Itália, apesar da oposição dos católicos. A história do edital é repleta de incidentes. Em 2007 a então ministra da Saúde, Livia Turco, cancelou a distribuição dos recursos, destinados a pesquisas com células adultas e embrionárias, depois que pesquisadores denunciaram que a partilha do dinheiro havia sido definida politicamente, sem o crivo de um comitê de especialistas. O governo de centro-esquerda a que Livia pertencia foi dissolvido no ano passado e seu sucessor, Ferruccio Fazio, convocou um comitê de cientistas para elaborar o edital — cuja primeira versão não estabelecia nenhum tipo de exclusão. A restrição foi imposta numa conferência de representantes das 20 regiões italianas, incumbida de decidir como os fundos de pesquisa médica são distribuídos no país.

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