Imprimir PDF Republicar

Boas práticas

A responsabilidade de cada um

Boas Práticas aDaniel BuenoO Nuffield Council of Bioethics, instituição com sede em Londres fundada em 1991 para estudar questões éticas associadas aos avanços da pesquisa biomédica, divulgou um relatório com recomendações para a promoção da integridade científica dirigidas a instituições de pesquisa, cientistas, editoras científicas e agências de fomento. Sugere, por exemplo, que as instituições de pesquisa se certifiquem de que os pesquisadores em início de carreira tenham uma base sólida de ética na ciência, dando-lhes acesso a informações e capacitação sobre o tema. Outra recomendação é que acompanhem mais de perto a carreira de seus pesquisadores, orientando-os a planejar melhor suas atividades. O documento afirma que os editores de periódicos têm responsabilidade no combate à má conduta científica, principalmente em casos de fraude e plágio. Segundo o relatório, os editores devem exigir que os autores disponibilizem publicamente os dados brutos de pesquisa, para que possam ser avaliados e reutilizados por outros pesquisadores. Já os pesquisadores devem se manter atualizados em relação a códigos de boas práticas científicas, difundindo tais valores a alunos ou colegas de trabalho.

A instituição inglesa recomenda que as agências de fomento ofereçam treinamentos periódicos a revisores e avaliadores responsáveis por conceder bolsas e auxílios. A ideia é que esses profissionais saibam avaliar corretamente seus pares seguindo políticas claras de análise de projetos. O Nuffield Council of Bioethics elaborou tais recomendações após entrevistar mais de mil pesquisadores do Reino Unido em 2014, com o objetivo de analisar a cultura científica na região. A pressão para publicar cada vez mais artigos em periódicos de grande prestígio foi uma queixa recorrente dos entrevistados. Segundo o levantamento, 58% dos pesquisadores disseram que o trabalho realizado sob pressão é um dos principais fatores que comprometem a integridade da atividade científica. E 26% deles disseram que já se sentiram tentados a cometer alguma transgressão por conta das exigências que enfrentam no ambiente de trabalho.

Republicar