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Boas práticas

Academia expulsa pesquisadores por assédio sexual

A Academia Nacional de Ciências (NAS) dos Estados Unidos decidiu expulsar de seus quadros pesquisadores acusados de assédio sexual. No final de maio, o conselho administrativo da entidade revogou a afiliação do astrofísico Geoffrey Marcy, líder de um influente grupo de pesquisa que identificou 70 dos primeiros 100 planetas descobertos fora do sistema solar. Marcy foi acusado de assediar ao menos quatro alunas entre 2001 e 2011, beijando-as e apalpando-as, quando era pesquisador da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e da Universidade Estadual de São Francisco. O escândalo afastou-o das duas instituições. Hoje, aos 66 anos, é diretor de uma instituição de pesquisa sem fins lucrativos, a Space Laser Awareness.

Em e-mail enviado à revista Science, Marcy negou ter agido com má intenção. “Sempre apoiei a igualdade de oportunidades e sucesso para mulheres na academia e na ciência”, escreveu. “Meu estilo envolvente e empático com certeza poderia ser mal interpretado e assumo a culpa por essa comunicação deficiente. Mas nunca machucaria ninguém intencionalmente.” Sobre a desfiliação, informou que já não participava das atividades da NAS há cinco anos. A expulsão ocorre dois anos após a academia mudar seu código de conduta e incluir o assédio sexual entre as violações passíveis de punição. Em meados de 2019, a então presidente da NAS, Marcia McNutt, fez uma consulta aos membros da instituição e 86% votaram a favor da mudança (ver Pesquisa FAPESP nº 281). Um mês após a punição a Marcy, a NAS expulsou mais um membro: o biólogo evolutivo Francisco Ayala. Ele havia sido demitido da Universidade da Califórnia, em Irvine, em 2018, por comportamentos impróprios, entre os quais convidar uma professora-assistente a se sentar no seu colo. Ayala nega as acusações.

Versão atualizada em relação à publicada na edição impressa, representada no pdf

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