A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS) proibiu a cientista ambiental Jane Lubchenco de participar das atividades da instituição pelos próximos cinco anos. A decisão foi anunciada em agosto, 10 meses após a revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), editada pela NAS, ter retratado por conflito de interesse um artigo que Lubchenco havia avaliado e editado. Um dos autores do trabalho era seu cunhado e ex-orientando de doutorado. A cientista, que é vice-diretora de Clima e Meio Ambiente do Escritório de Políticas Científicas e Tecnológicas (OSTP) do governo dos Estados Unidos, não poderá receber honrarias e trabalhar em publicações ou programas da NAS e do Conselho Nacional de Pesquisa do país. Ela também foi proibida de publicar na PNAS. A NAS recentemente mudou seus estatutos, permitindo que membros sejam temporariamente suspensos – em vez de expulsos permanentemente – em casos de violação de código de conduta.
Lubchenco reconheceu o erro. Em comunicado divulgado pelo site de notícias Axios, a ex-diretora da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa) dos Estados Unidos, disse aceitar as sanções “por meu erro de julgamento ao editar um artigo de autoria de um de meus colaboradores”.
Em 2021, a pesquisadora foi indicada copresidente da Força-tarefa de Integridade Científica da Casa Branca, que no início deste ano propôs uma série de mudanças para aperfeiçoar as políticas de integridade científica de agências do governo dos Estados Unidos. Em fevereiro, três deputados do Partido Republicano enviaram uma carta ao presidente Joe Biden pedindo uma investigação do comportamento profissional de Lubchenco. “O senhor precisa considerar se a doutora Lubchenco deve continuar envolvida no desenvolvimento de uma estrutura para melhorar práticas de integridade científica quando ela mesma violou as políticas que tem a tarefa de impor às agências federais”, dizia o texto. Lubchenko segue no OSTP e na Força-tarefa.
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