Um grupo internacional liderado pelo farmacologista brasileiro Thiago Mattar Cunha, da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, identificou e caracterizou uma das vias bioquímicas que provocam a dor neuropática. Essa forma de dor crônica surge em consequência de lesões no sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) ou periférico (nervos de todo o corpo) e atinge até 15% da população. Em experimentos com camundongos, os pesquisadores verificaram que danos em um nervo periférico ativava a infiltração de um tipo de célula do sistema de defesa (as células dendríticas) nas meninges, as membranas que protegem o sistema nervoso central. Ali, as células dendríticas aumentam a produção de moléculas chamadas quinureninas, que são ativadas por células da medula espinhal e elevam a sensibilidade dos neurônios que percebem a dor. Ao inativar a produção de quinurenina, os pesquisadores verificaram que a dor desaparece (The Journal of Clinical Investigation, 13 de outubro de 2022). “Com os resultados, abrimos a perspectiva de desenvolver novos compostos para bloquear essa via bioquímica”, afirmou Cunha à Agência FAPESP.
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