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Geografia

Ações humanas alteram a foz de rios

Delta do rio Amazonas, que encolhe 1 km2 por ano por causa de assoreamento

Nasa

A derrubada de florestas e a construção de represas estão desfigurando a foz de rios no mundo todo, segundo uma análise de 11 mil pontos em que os cursos fluviais deságuam no mar. O desmatamento aumenta o volume de sedimentos que chega aos rios, contribuindo para assorear os desaguadouros, enquanto o represamento das águas diminui o transporte dos sedimentos, o que causa o alargamento da foz. Realizado por pesquisadores das universidades de Utrecht e Wageningen, ambas nos Países Baixos, essa avaliação indica que, nos últimos 30 anos, os deltas dos rios ao redor do mundo encolheram, em média, 54 quilômetros quadrados (km2) por ano, em consequência de assoreamento. Na América do Sul, os estuários dos rios estreitaram-se, em média, 33 km2 por ano por causa do acúmulo de sedimentos. Quem mais encolheu foi o delta do Paraná, a um ritmo médio de 9 km2 por ano – é o maior valor entre os 18 maiores deltas do mundo. O do São Francisco perdeu 2 km2, e o do Amazonas 1 km2. Já a foz que mais se alargou foi a do rio Amarelo, na China, que se tornou 8,3 km2 mais ampla a cada ano. Segundo os autores, em escala global, o assoreamento foi maior do que a perda de sedimentos. Nos próximos anos, porém, a construção de barragens e a mineração de areia deve aumentar nos países em desenvolvimento, reduzindo o suprimento de sedimentos fluviais para os deltas do rio.

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