Imprimir PDF Republicar

Tecnociência

Antigos ceramistas do Pará

Começou em 2000 o levantamento sobre o potencial arqueológico da serra do Sossego, no município paraense de Canaã dos Carajás, que seria atingido por um projeto de exploração de cobre da Companhia Vale do Rio Doce. Em seis anos os pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi coletaram 30 mil fragmentos cerâmicos — o mais antigo de 2 mil anos e o mais recente de cerca de 500 anos. A partir desses vestígios, incluindo lâminas de machado de pedra, pingentes de pedra, pilões e urnas funerárias, os arqueólogos concluíram que essa região do sudeste do Pará fora habitada por horticultores da tradição ceramista tupi-guarani, de formas mais simples se comparadas com as marajoara e tapajônica. Os arqueólogos, cujo trabalho ajudou a salvar quatro sítios arqueológicos, trabalharam com os educadores, que criaram um projeto de educação patrimonial, com pesquisa sociocultural, exposições, oficina de artes, visitas e distribuição de livros. Deu tão certo que os moradores e artesãos locais, por meio de uma carta com 170 assinaturas, pediram a continuidade do trabalho. Já os artesãos do município vizinho de Parauapebas solicitaram que os pesquisadores do Museu Goeldi comecem a trabalhar também por lá.
Republicar