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Brasil

Argila para construir estradas

A dificuldade em encontrar pedras na região amazônica para uso na construção de estradas motivou os engenheiros do Instituto Militar de Engenharia (IME) a desenvolver um novo material, a argila calcinada, que poderá substituir a brita. O projeto, que teve início em 1997, resultou no final do ano passado em um pedido de patente do novo material. Na primeira fase, a pesquisa, coordenada pelo coronel Álvaro Vieira, destinou-se a estabelecer critérios para a seleção das melhores matérias-primas, todas retiradas de jazidas naturais da Amazônia. “Existem vários tipos de argila que servem para essa finalidade”, diz Vieira. Elas podem ser usadas sozinhas ou misturadas. “Para que endureça e ganhe resistência, a argila precisa ser aquecida a temperaturas elevadas, em torno de 900 a 1.000°C.” O material pode ser usado tanto na fabricação de concreto como de misturas asfálticas para revestimento de estradas. Experimentos feitos com a argila calcinada mostraram que ela suporta todas as solicitações do tráfego normal. Nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, há escassez de pedreiras e, conseqüentemente, de brita, o que a torna escassa e cara. Na Amazônia, o metro cúbico de brita custa em torno de R$ 100, enquanto no Sudeste é encontrado por cerca de R$ 30. Já o metro cúbico da argila calcinada custará R$ 40. Algumas indústrias cerâmicas da região amazônica já procuraram o IME, interessadas em produzir a argila calcinada.

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