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Estratégias

As dores da avaliação

O governo italiano começa a impor critérios mais rígidos para medir a qualidade da pesquisa científica no país. De um lado, anunciou a criação da Anvur, uma agência incumbida de avaliar o trabalho dos pesquisadores, que iniciará suas atividades dentro de um ano. De outro, divulgou um ranking de universidades que servirá para nortear a distribuição de pouco mais de 7% do orçamento do Ministério da Pesquisa e Educação Superior. Tais movimentos foram comemorados por cientistas que sempre reclamavam da resistência do governo em premiar as instituições de pesquisa de acordo com o mérito. Políticos e reitores, contudo, estão preocupados com a mudança. Raffaele Lombardo, presidente da região autônoma da Sicília, classificou o ranking de discriminatório. Segundo ele, a infraestrutura precária de muitas universidades do sul do país prejudica-as na disputa com as instituições do centro e do norte por fundos de pesquisa. Além disso, diz Lombardo, as altas taxas de desemprego em sua região atrapalham os estudantes na conquista de uma vaga de trabalho, um dos critérios usados para mensurar a eficiência do ensino. Os reitores queixam-se de que a mudança acontece num ano em que o governo planeja cortar 10% do orçamento universitário. “Será um desastre para todas as universidades, inclusive para a nossa”, disse à revista Nature Davide Bassi, reitor da Universidade de Trento, uma das mais bem avaliadas no ranking.

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