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Estratégias

Assentamentos ecologicamente corretos

Uma parceria entre a Embrapa Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de São Paulo pretende transformar o Pontal do Paranapanema, a conflagrada região do interior paulista, num oásis de recuperação ambiental. Hoje, as 5 mil famílias assentadas na região lutam contra a degradação do solo arenoso, empobrecido por décadas de exploração baseada na pecuária, e apelam a culturas de subsistência, como o milho e a pecuária leiteira. Na proposta de cooperação técnica, a Embrapa acalenta um modelo alternativo.

A âncora seria a produção de leite, que a maioria dos assentados conhece bem e poderia tornar-se mais rentável com o manejo de pastagens e o melhoramento genético do rebanho. O passo seguinte seria a exploração racional dos 20% das propriedades agrícolas reservados à preservação. Nos assentamentos, esses quinhões de terra costumam ser áreas coletivas.

A Embrapa propõe que eles sejam transformados em sistemas agroflorestais – nos quais a recuperação da mata se associa à exploração racional. A princípio, seriam cultivados milho e feijão em meio às mudas de reflorestamento. E, quando a mata fechasse, os colonos passariam a extrair óleos essenciais e produtos fitoterápicos, retirados de forma adequada.

“Seria uma forma de garantir o desenvolvimento sustentável dos assentamentos”, diz o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Luiz Octávio Ramos Filho. Paralelamente, a viabilidade de outras culturas seria avaliada. Uma idéia é estimular os colonos a investir na agricultura orgânica. Entre os assentados, o uso de agrotóxicos ainda não está arraigado – o que facilitaria a experiência. Mas há um grande empecilho: a distância entre o Pontal e os centros consumidores de hortaliças. A Embrapa não tem quadros para atender a todos os produtores – e está em busca de verbas e parcerias para formar agentes multiplicadores.

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