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Mundo

Aversão às mulheres

Acusações de machismo assombram sociedades científicas européias e norte-americanas. O caso mais recente, segundo a revista Nature, envolve a renúncia da geneticista Theresa Markow ao cargo de presidente da Sociedade para o Estudo da Evolução (SSE), em protesto pela escolha do novo editor do jornal da entidade, Evolution. De acordo com as normas da SSE,  deve ser constituído um comitê para selecionar o editor. Mas o conselho da sociedade realizou apenas uma consulta informal e indicou um homem. Em 60 anos de existência, queixou-se Markow, o jornal foi dirigido só uma vez por uma mulher – ela própria, nos anos 1990. O problema se repete em outras entidades. Daphne Fairbairn, da Universidade da Califórnia, Riverside, teve uma experiência ruim quando propôs nomes de mulheres para dirigir o jornal da Sociedade Européia de Biologia Evolucionária. “Me olharam como se eu fosse idiota.” O jornal da União Americana dos Ornitologistas nunca teve uma mulher editora em 123 anos de história. Kimberley Sullivan, da Universidade do Estado de Utah, recebeu uma bolsa da National Science Foundation (NSF) para estudar o problema. Primeiro, ela testemunhou o hábito de desqualificar nomes femininos na seleção de membros da entidade, realizada nas reuniões anuais. “Sempre alguém falava mal da candidata”, lembra. Kimberley apresentou seu estudo no último encontro da União. Causou polêmica. Mas, na hora de escolher os novos sócios, os ornitólogos dessa vez mediram palavras ao avaliar as colegas.

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